segunda-feira, 31 de agosto de 2009

FICHAS - RECUPERAÇÃO PARALELA



* ACOMPANHAMENTO DO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO *






* MODELO DE FICHA PREENCHIDA *





* CRITÉRIOS - PRODUÇÃO DE TEXTO *







FICHA DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICO
















terça-feira, 25 de agosto de 2009

LEITURA COMPARTILHADA


DOCE DE TERESA




Teresa, não. As outras não sei, mas ela, com certeza, não. Nunca reclama. Parece um doce que não desanda. Sentada na varanda da sua casinha modesta, mas limpinha, casinha branca de janelas azuis, tão de brinquedo que parece uma pintura. Florezinhas plantadas em latas de óleo vazias, um gato malhado que dorme no primeiro degrau. Borboletas voando que estalam as asas, feito quem diz: “Ai, que bom viver! Ai, que delícia”. Ali não é um lugar, é uma lembrança de infância.
Será por isso que os filhos nunca aparecem? Nem para as festas? As comadres falam “que absurdo!” e outras exclamações cheias de vogais. Teresa, não. Nunca reclama. Ao invés, faz mais doces, mais e mais. E tão difícil que é, veja só: num fogão de lenha! Tem que catar graveto, que ela não tem dinheiro para encomendar lenha já cortada, como a vizinha Salete, aposentada do Correio. Que quê tem? Graveto dá no chão, graveto dá de graça. É só pegar.
Teresa pega as coisas do ar. Com seus olhinhos de jabuticaba, só faz sonhar. Por isso que a vida não dói. Fazendo beiradas de paninhos de copa, vai cabeceando, cabeceando até cochilar. Entra no sonho, toma um sorvete com o primeiro namorado, brinca de roda com as amigas de longas tranças, banho de rio, rouba goiaba e faz doce de tacho... Acorda com o cheiro do doce de verdade. Quase passou da hora de tirar do fogo!
Teresa gostava muito de filme de bangue-bangue. Perdia tempo escrevendo cartas compridas para uma sua prima do interior mais interior que o dela. E tendo já uma queda para o doce, ia matando menos índios, dando menos tiros, amansando os gritos, aumentando os romances e suspiros, terminando por fazer do tal filme, um melado. Mas agradava. A prima sempre respondia agradecida, dizendo que não perderia de jeito nenhum o tal filme quando passasse em sua cidade. Que nunca ia ser: no interior do interior ninguém nem sabia o que era filme, que dirá cinema.
Isso quando era menina-moça. Depois, o marido largou dela e teve de pelejar para criar os sete filhos. Só. Com doce. O que ficava de menino com o nariz espetado na janela, que nem pardal querendo roubar pão da mesa de gente, nem te conto. Um mundo! Esqueceu dos filmes. E o doce? Levado em potes para as casas com mais abastança. Nem por isso acabava de brotar do seu coração, mais doce, mais e mais. Quem não tem vocação para amarga, venha a onda que for — não arrasta. Nem salga.
Nesse meio tempo, teve de botar as cartas, as letras, os filmes, histórias de lado. Para depois. Mas depois sempre vem. Os sete filhos criados foram cada um para um lado. Nenhum puxou o jeito doce, todos traziam o selo do pai: sério, preocupado com essa coisa de fazer dinheiro. Os filhos, iguais, foram buscar o ouro no pote do final do arco-íris. Teresa queria era o pote. E o arco-íris. O ouro, se tivesse, botava de enfeite num bolo.
Um dia, procurando cortes de fazenda para fazer um vestido novo de Natal, deu com as cartas da prima. Que saudade de escrever! A prima, já morta, escrever para quem? Os filhos trabalhavam tanto, os netos e bisnetos nunca iriam responder...
— Pra mim, ué. Então, eu não sou alguém?
A mão, treinada de doce, buscava um gosto de começar. Com canela ou sem? Pitada de baunilha, sim ou não? E foi soltando a imaginação, brotando o caldo em calda. Uma vida toda para contar, bem temperada. Doce que nem ela. Feito compotas guardadas em porões secretos, coisas simplezinhas que, envelhecidas, se tornam finas iguarias que adoçam a mesa dos reis. Escreveu, escreveu, escreveu. Depois amarrou o monte de cadernos de espiral com uma tira de chita florida. E deixou para lá.

Até que um dia... (sempre tem um dia que as coisas mudam, sei lá por quê). Um dia, os filhos disseram que vinham para o Natal. Com a família completa. Vai ver assistiram a um desses filmes xaroposos na televisão, em que morre a mãe velhinha, sofrendo da horrível dor da solidão e do abandono. É verdade que é triste isso de passar borracha em gente, mas Teresa... Teresa, não. Nunca reclama. Achou boa a idéia. E foi fazer doce.
Trabalhou que foi uma enormidade. Mas quando se tem noventa e seis anos já não se é mais uma menina. Vá convencer Teresa disso! Arrumou a casa, preparou tudo, os meninos chegavam daí a pouco. Terminou, guardou o avental e foi se sentar na varanda, na hora da Ave-Maria. Que pôr-de-sol bonito! Parecia um caldo de goiabada esparramado num chão de azulejo azul. Foi cabeceando, cabeceando até cochilar.
Nem o barulho das gentes chegando acordou Teresa. Nem os beijos dos bebês, cheios de lágrimas do medo de ver um rosto tão marcado de rugas. Nem os presentes de todo tamanho. Nem chamando pelo nome, que fazia tempo ela não ouvia de boca outra que não a própria. Nem balançando de leve a cadeirinha. Nem sacudindo, sacudindo. Teresa entrou no sonho e era um sonho tão doce, doce, mais e mais. Não deu vontade de sair. Parecia um sonho de verdade, não como aqueles de padaria. Dos feitos em casa.
Depois do enterro, a família voltou para casa com pressa de ir embora. Não cabiam mais ali. Distribuíram os muitos doces entre si, arrumando as coisas igual quem quer fugir. Quase iam deixando o principal para trás. Porém, um menino se soltou do colo da mãe e, andando por aí, deu com uma ponta de chita florida embaixo da cama. Foram abrindo os cadernos, um por um, lendo devagar, sentando no chão para apreciar. Aquilo é que era doce!
Não sei... É por essas e outras que eu acho que a vida devia começar pela sobremesa. O salgado vinha depois. Porque, às vezes, quando o doce chega, não tem mais espaço...




(in “25 SINOS DE ACORDAR NATAL”, de Flávia Savary, ilustrações da autora, Editora Salesiana, São Paulo, SP, 2001)

RECUPERAÇÃO PARALELA


CRITÉRIOS DE ENCAMINHAMENTO PARA RECUPERAÇÃO PARALELA




A Recuperação Paralela é um dos mecanismos que a escola possui para atender à diversidade de características e ritmos de aprendizagem dos alunos.

Tendo em vista que as Expectativas de Aprendizagem devem orientar o professor na identificação dos alunos que necessitam de apoio para superar dificuldades momentâneas por meio da Recuperação Contínua e Paralela, cabe à escola oferecer oportunidades de aprendizagem redirecionando ações de modo que as dificuldades diagnosticadas possam ser superadas.

É importante ressaltar que há expectativas de aprendizagem que podem e devem ser alcançadas na rotina semanal ou nos momentos reservados para a recuperação contínua, não justificando o encaminhamento do aluno para a Recuperação Paralela, como por exemplo: “apreciar textos literários” (presente nas quatro séries do Ciclo I do Ensino Fundamental).

Por outro lado, há algumas expectativas que devem ser priorizadas na decisão do encaminhamento ao projeto, dos alunos que não as alcançaram. Destaca-se nesse caso a expectativa: “compreender o funcionamento alfabético do sistema de escrita”.

Nos momentos de estudo e planejamento coletivo, faz-se necessário elencar quais as expectativas de aprendizagem que realmente demandam o encaminhamento do aluno para os estudos de Recuperação Paralela.

Para o desenvolvimento das atividades deste Projeto, cada unidade escolar deve elaborar projetos especiais que devem se constituir mediante proposta do Conselho de Classe/Série e/ou do Professor Coordenador, a partir da análise das informações de avaliação diagnóstica registradas pelo(s) professor (es) regente(s), cabendo a este(s), a identificação das dificuldades dos alunos, a definição dos conteúdos, das expectativas de aprendizagem e dos procedimentos avaliatórios a serem adotados.
Tais projetos devem contemplar:



* Justificativa: descrição da necessidade de encaminhamento dos alunos à Recuperação Paralela, com apontamentos das necessidades específicas de aprendizagem;
* Objetivo: atingir as expectativas de aprendizagem da série.
* Conteúdos: Especificação dos conteúdos que nortearão o Projeto.
* Avaliação: Formas e instrumentos pelos quais os alunos participantes da Recuperação Paralela serão avaliados, incluindo o momento de discussão coletiva junto ao professor regente para efetivação da avaliação final.



A Diretoria de Ensino, por meio do Supervisor da Escola e da Oficina Pedagógica deverá:
• analisar os projetos apresentados pelas escolas, fundamentando-se nas Expectativas de Aprendizagem, aprovando-os, quando as ações propostas forem compatíveis com o diagnóstico das dificuldades apresentadas pelos alunos;
• orientar, acompanhar e avaliar a implementação dos projetos de recuperação da aprendizagem;
• capacitar as equipes escolares e os professores encarregados das atividades de recuperação paralela;
• avaliar os projetos em andamento e decidir sobre sua continuidade.

Com o objetivo de organizar o registro de acompanhamento do aluno no processo de recuperação paralela, propomos os seguintes instrumentos para serem utilizados pelos professores envolvidos no Projeto:

1- FICHA DE ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO DO ALUNO- RECUPERAÇÃO PARALELA/ 2009 - para ser utilizada pelo professor regente e pelo coletivo de professores em discussão na HTPC e no Conselho de Classe (Quadros I e II). Este documento deverá ser preenchido: inicialmente pelo professor regente indicando qual expectativa necessita ser alcançada pelo aluno durante o processo de recuperação paralela; ao longo do processo, pelo professor da turma de recuperação paralela que, após discussão coletiva, registrará os encaminhamentos didáticos, os avanços da aprendizagem, bem como as observações feitas no decorrer das aulas;

2- MAPA DA TURMA - exclusivo para os alunos que não compreendem o funcionamento alfabético do sistema de escrita - para ser utilizado pelo professor da turma de recuperação paralela, com o objetivo de orientar o registro do acompanhamento da turma (Quadro III).Ele deverá aplicar duas sondagens, sendo uma inicial e outra final, conforme orientação abaixo:

Proposta de avaliação diagnóstica: Escrita de uma lista

CRITÉRIOS PARA ELABORAÇÃO DA LISTA
• Lista de 4 palavras: polissílaba, trissílaba, dissílaba e monossílaba;
• As sílabas contíguas não podem repetir as mesmas vogais;
• Palavras em ordem decrescente em relação ao número de sílabas;


CRITÉRIOS PARA APLICAÇÃO DA AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
• A atividade deve ser realizada individualmente;
• Ditar sem forçar a silabação das palavras;
• Solicitar a leitura da criança após a escrita de cada palavra.
• Não corrigir;
• Ditar uma frase em que apareça uma das palavras ditadas anteriormente.

Analisar as escritas e posteriormente registrar o desempenho dos alunos, no mapa da turma.





3- QUADRO DIAGNÓSTICO DE PRODUÇÃO DE TEXTO - exclusivo para os alunos que não atingiram as expectativas de aprendizagem relativas à produção de texto. para ser utilizado pelo professor da turma de recuperação paralela, com o objetivo de orientar o registro do acompanhamento da turma (Quadro IV e anexo I). Ele deverá aplicar duas sondagens, sendo uma inicial e outra final, conforme orientação abaixo:

Proposta de avaliação diagnóstica: Reescrita de conto conhecido.





ORIENTAÇÃO PARA A REESCRITA DO CONTO
• Levantar uma lista dos contos conhecidos pelos alunos;
• Individualmente, devem escolher um dos contos, e escrevê-lo da melhor forma possível, procurando lembrar de todos os detalhes da história.

Analisar as produções de textos e os critérios para a atribuição de conceitos da correção e posteriormente registrar o desempenho dos alunos, no Quadro Diagnóstico.

Outra questão importante que vale a pena ressaltar trata da permanência do aluno no projeto de recuperação paralela a cada semestre. Assim que o aluno tiver superado as dificuldades que o encaminharam para o projeto, este poderá ser dispensado da recuperação paralela, disponibilizando a oportunidade para outro. Dessa forma, a permanência do aluno no projeto poderá ser transitória, não se condicionando ao período do mesmo, ou seja ao verificar que o aluno superou a dificuldade pela qual foi encaminhado para o projeto, este deixará de freqüentar a turma de recuperação paralela e os resultados obtidos das atividades desenvolvidas serão incorporados à avaliação bimestral.

ORIENTAÇÃO TÉCNICA - RECUPERAÇÃO PARALELA






"Só quando se vêem os próprios erros através de uma lente de aumento, e se faz exatamente o contrário com os erros dos outros, é que se pode chegar à justa avaliação de uns e de outros."
( MAHATMA GANDHI)




Objetivos:
• Conhecer a resolução SE18, de 3-4-2009, da qual refere-se a Recuperação Paralela;
• Conhecimento dos critérios usados para encaminhamento dos alunos para Recuperação Paralela;
• Retomar as Expectativas de Aprendizagem por série/ano para referência de encaminhamento do aluno para Recuperação Paralela;
• Conscientização da necessidade de organizar um acolhimento especial no retorno as aulas.


Pauta


1. Leitura feita pela formadora
2. Recuperação paralela;
3. Café;
4. Orientação para elaboração do Projeto da Recuperação Paralela;



Conteúdo
• Recuperação Paralela;
• Expectativas de Aprendizagem.


Márcia Corrales e Priscila Alquimim – PC OP Ciclo I
Cláudia Bonavita – Coordenadora da Oficina Pedagógica
Amadora Fraisz Vilar Della Beta – Supervisora responsável pelo Ciclo I
Celso de Jesus Nicoleti – Dirigente Regional de Ensino.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

4º ENCONTRO - PROFESSORES DE CLASSES PIC


OBJETIVOS DO ENCONTRO:
* Identificar as situações de sala de aula em que os alunos lêem mesmo sem saber ler;
* Conhecer os materiais usados em sala de aula, identificando-os como materiais para ler e materiais para aprender a ler;
* Saber quais as situações de sala de aula em que o professor atua como parceiro, tratando os alunos como pequenos leitores;
* Discutir as idéias que as crianças possuem sobre a leitura antes de saberem ler convencionalmente.



CONTEÚDO DO ENCONTRO
* Valorização dos conhecimentos infantis sobre a leitura



PAUTA DO ENCONTRO


1. Leitura feita pela formadora
2. Espaço do professor: socialização do Trabalho Pessoal
3. Vídeo: "Alfabetização - leitura feita pelo professor" - anotar as ações do professor que aparecem no vídeo e que estão inconrporadas na prática de sala de aula
4. Socialização dos registros
5. Leitura do texto "Dez importantes questões a considerar"
6. Quais situações em sala de aula o professor é verdadeiro parceiro e trata os alunos como pequenos leitores? - discussão e socialização
7. Socialização dos registros
8. Condições gerais a serem garantidas nas situações em que o professor lê para os alunos




http://www.youtube.com/watch?v=ASdHSmNGUoU