sexta-feira, 26 de março de 2010

ORIENTAÇÃO TÉCNICA - 25/03/10 (TARDE)



(...) Terás então de ler doutra maneira, Como, não serve a mesma
para todos, cada um inventa a sua, a que lhe for própria, há quem
leve a vida inteira a ler sem nunca Ter conseguido ir mais além da
leitura, ficam pegadas à página, não percebem que as palavras são
apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio, se estão ali
é para que possamos chegar a outra margem, a outra margem é
que importa...” (José Saramago, A caverna, p. 77).




Contexto:
No encontro anterior, abordamos as reuniões de HTPC com os professores dos 1º, 4º e 5º anos, considerando o tempo de estudo de apenas 2 (duas) horas. Nesse encontro, vamos socializar como foi desenvolver nas escolas as pautas que foram planejadas pelos grupos, além de refletirmos sobre o registro destes momentos de estudo.
Sabemos que o trabalho de estudo em HTPC necessita da associação da teoria com a prática, permitindo uma dialógica mudança refletindo na ação – reflexão- ação docente. Por isso, será necessário planejar boas situações de estudo, ora aproveitando as situações de práticas, ora discutindo e complementando com as teorias, argumentando e discutindo novas metas que devem atender a curto, médio e longo prazo.
Definir boas pautas de estudo e também de registros deste momento será o desafio deste nosso 3º encontro.


Objetivo:


* Ter uma boa gestão das horas de estudo no HTPC;
* Saber o que caracteriza uma boa pauta de estudo de modo a atender as necessidades que são diagnosticadas pelo PC;
* Identificar um bom registro deste momento de estudo e refletir com o qual realiza atualmente;


Conteúdo:


* Registro dos momentos de HTPC;
* Análise de registros a partir das reflexões;


Desenvolvimento:


1ª atividade. Leitura feita pela formadora (15 min)


2ª atividade: (1h 30m)


Em grupos, registrar na cartolina a pauta elaborada pelo grupo no encontro anterior, discutindo as seguintes questões:
a) O que foi considerado positivo na pauta elaborada;
b) Quais mudanças podem/devem ser feitas para as próximas;
c) Que conhecimentos novos, foi possível adquirir ao elaborar a pauta com o(s) meu(s) parceiro(s);
d) Quais as características de uma boa pauta de HTPC, o que já sabemos e o que ainda precisamos discutir.


3ª atividade: (1h 30m)
Em grupos, analisar os registros das reuniões realizadas em HTPC, destacando as seguintes características:
a) Características de reflexão do grupo;
b) Característica de reflexão de quem escreve o registro;
c) Aspectos descritivos que aparecem nos registros;
d) Finalidade do mesmo;
e) Qual se aproxima mais da realidade escolar atual.


4ª atividade: 30m
Organizar melhor a rotina de formação, para garantir um bom andamento das funções.
* Objetivo do Professor Coordenador – rotina necessária: O que precisa estar presente de forma permanente, e o que podemos ter como esporádico;
* Expectativas de aprendizagem – com relação aos professores. (espero que os professores possam estruturar melhor a rotina das salas, compreendendo o que é essencial para as crianças)
* Estratégias – como problematizar e encaminhar as questões;
* Recursos: o que será usado de apoio: texto, vídeo, registro, etc;


5ª atividade: Tarefa (10m)
Com foco na rotina do professor de 3ª série, escolha um momento de atividade de análise e reflexão da língua para observar, conforme segue o modelo abaixo:


* O que o professor precisa fazer
* O que o professor precisa saber
* Encaminhamentos do PC



Até o próximo encontro.



Márcia Corrales, Priscila Alquimim e Margarete Borsi
Equipe Ciclo I

Amadora Fraiz V. Della Beta
Supervisora do Ciclo I / Programa Ler e Escrever

sexta-feira, 19 de março de 2010

ORIENTAÇÕES - HTPC

(clique em cima da imagem para ampliar)



Orientação para preenchimento da tabela do HTPC




Capacitação dos Professores



Concepções Gerais



É possível valorizar as experiências, garantir maior participação e uma atitude investigativa como base para novas aprendizagens:
* os conhecimentos teóricos ressignificam a prática. Considerando essa concepção, serão privilegiadas:
* estratégias centradas nas trocas de experiências;
* supervisão da prática;
* observação de sala;
* desenvolvimento de projetos de trabalho;
* análise de situações problema;
* parcerias com educadores mais experientes.



Saber fazer - o desenvolvimento das competências
A aprendizagem de conteúdos por si só não significa uma prática eficiente. É fundamental aliar os conteúdos, ao saber fazer. É a capacidade de resolver problemas que surgem na ação, que pode transformar a prática.
Para desempenhar a contento a função de ajudar as crianças a construírem significados, a partir dos conteúdos disponíveis para as aprendizagens, o educador precisa conhecer como elas pensam e constroem conhecimento e necessita saber como intervir para que avancem. Para isso é fundamental o conhecimento das didáticas específicas além de um contato sistemático com produções culturais que possibilitem variedade de conteúdos.
Privilegia-se na formação o profissional ativo, autor e transformador de sua própria prática. Com isso possibilita-se maior confiança e o desenvolvimento da auto-estima como profissional competente.





Contexto de formação coletiva
É importante enfatizar que este processo deve possibilitar um intercâmbio de idéias entre os diferentes atores, envolvendo tanto o desenvolvimento de procedimentos para a aprendizagem coletiva, como para as reflexões individuais. Construir um projeto compartilhado implica em tomada de decisões em conjunto, esforço colaborativo entre os parceiros e habituar-se a ouvir e fazer críticas construtivas.

Estratégias Formativas



Levantamento das práticas em curso - por meio de entrevistas, questionários, fotos, análise das produções das crianças será feito um levantamento das principais práticas em uso, seguida de análise da equipe formadora. A partir daí se estruturam os projetos de trabalho com os conteúdos da formação.





Desenvolvimento de projetos e ou seqüências de trabalho - trata-se do desenvolvimento de pequenos projetos de trabalho, que são elaborados por todos que participam do processo: educadores e coordenadores.



Análise teórica de situações práticas - tematização da prática: A teoria tem lugar para servir de confronto, afirmação e elucidação das questões cotidianas. O trabalho com conteúdos e textos auxilia problemas didáticos concretos, subsidia a análise de diferentes pontos de vista e estratégias. Portanto a teoria se reveste de significância e possibilitar uma apropriação original por parte do educador.



Supervisão da prática- a análise conjunta de registros dos educadores e das atividades desenvolvem a capacidade de observação e reflexão sobre as reais situações de ensino e aprendizagem propostas pelo educador, bem como permite que o formador investigue com proximidade a participação das crianças na construção de conhecimentos.



Atuação do formador com as crianças - Essa modalidade formativa alia a atuação direta de um professor experiente com a prática reflexiva conjunta dos profissionais em formação. Durante os encontros mensais, o formador auxilia o desenvolvimento do projeto de trabalho do professor e atua direto com as crianças de uma das salas. Após essa atividade, educadores, coordenadores pedagógicos da instituição, junto com o formador reúnem-se para análise da atividade e planejam os futuros procedimentos.
Incentivo à produção de documentação de caráter formativo - as reflexões, os registros, os projetos, o planejamento conjunto de atividades, os estudos específicos, enfim, a sistematização e a socialização do material permitem que os profissionais se reconheçam como produtores de conhecimento pedagógico.



Avaliações de caráter formativo - A partir do diagnóstico inicial, as avaliações devem garantir o acompanhamento do trabalho de produção das crianças, das competências desenvolvidas pelos profissionais, do grau de coerência entre a prática e o projeto pedagógico e as mudanças efetivadas, de acordo com os indicadores criados para subsidiar a avaliação da aprendizagem das crianças e a ação dos educadores.



Relato de experiências- saber explicar o que fazem, o como e o porquê, têm sido para educadores um desafio de sistematização e explicitação da prática. Está previsto que os educadores realizem esses relatos, presencial e virtualmente.


LEITURA COMPARTILHADA - 18/03/10


DOIS AMIGOS E UM CHATO



Os dois estavam tomando um cafezinho no boteco da esquina, antes de partirem para as suas respectivas repartições. Um tinha um nome fácil: era o Zé. O outro tinha um nome desses de dar cãibra em língua de crioulo: era o Flaudemíglio.
Acabado o café o Zé perguntou: — Vais pra cidade?
— Vou — respondeu Flaudemíglio, acrescentando: — Mas vou pegar o 434, que vai pela Lapa. Eu tenho que entregar uma urinazinha de minha mulher no laboratório da Associação, que é ali na Mem de Sá.
Zé acendeu um cigarro e olhou para a fila do 474, que ia direto pro centro e, por isso, era a fila mais piruada. Tinha gente às pampas.
— Vens comigo? — quis saber Flaudemíglio.
— Não — disse o Zé: — Eu estou atrasado e vou pegar um direto ao centro.
— Então tá — concordou Flaudemíglio, olhando para a outra esquina e, vendo que já vinha o que passava pela Lapa: —Chi! Lá vem o meu... — e correu para o ponto de parada, fazendo sinal para o ônibus parar.
Foi aí que, segurando o guarda-chuva, um embrulho e mais o vidrinho da urinazinha (como ele carinhosamente chamava o material recolhido pela mulher na véspera para o exame de laboratório...), foi aí que o Flaudemíglio se atrapalhou e deixou cair algo no chão.
O motorista, com aquela delicadeza peculiar à classe, já ia botando o carro em movimento, não dando tempo ao passageiro para apanhar o que caíra. Flaudemíglio só teve tempo de berrar para o amigo: — Zé, caiu minha carteira de identidade. Apanha e me entrega logo mais.
O 434 seguiu e Zé atravessou a rua, para apanhar a carteira do outro. Já estava chegando perto quando um cidadão magrela e antipático e, ainda por cima, com sorriso de Juraci Magalhães, apanhou a carteira de Flaudemíglio.
— Por favor, cavalheiro, esta carteira é de um amigo meu —disse o Zé estendendo a mão.
Mas o que tinha sorriso de Juraci não entregou. Examinou a carteira e depois perguntou: — Como é o nome do seu amigo?
— Flaudemíglio — respondeu o Zé.
— Flaudemíglio de quê? — insistiu o chato.
Mas o Zé deu-lhe um safanão e tomou-lhe a carteira, dizendo: — Ora, seu cretino, quem acerta Flaudemíglio não precisa acertar mais nada!



Stanislaw Ponte Preta

ORIENTAÇÃO TÉCNICA - 18/03/10





“O que eu vi, sempre, é que toda ação principia
mesmo é por uma palavra pensada.
Palavra pegante, dada ou guardada; que vai rompendo rumo”
Guimarães Rosa






2º Encontro - Orientação Técnica / Ciclo I


Objetivo:
• Otimização do tempo nos momentos de HTPC envolvendo os professores de 3 série/4ºano e 4ª série/5ºano;
• Conhecer a organização do portfólio dos professores destas classes;
• Registros dos momentos de estudo nos HTPCs;
• Leitura e estudo das Orientações Curriculares do Estado de São Paulo;
• Comparação do planejamento das 3ªs séries/ 4ºs anos em relação às Expectativas de Aprendizagem



Pauta



1) Leitura Inicial
2) Otimização do tempo nos momentos de HTPC – professores de 3ª e 4ª série.


a) Em trios preencher a tabela que destaca:
• Saber Fazer – O desenvolvimento das competências;
• Estratégias Formativas
• Contexto de formação coletiva;
• Socialização


b) Portfólio
• Como os professores realizam o portfólio nestas séries;
• Leitura do texto: “Documentos em Ordem”


Café



3) Orientações Curriculares do Estado de São Paulo – (Língua Portuguesa e Matemática – Ciclo I)
• Foco nas expectativas de aprendizagem previsto para a 3ª e 4ª séries (Língua Portuguesa);
• Estudo do documento em contraponto com uma rotina – análise da mesma em contemplação com o documento
• Elaboração em grupo de HTPC para 3ª e 4ª série visando o estudo das expectativas de aprendizagem e contrapondo com a rotina sugerida e com a rotina realizada atualmente. (prever os projetos e as seqüências de atividade prevista para a série)



Trabalho Pessoal
• Desenvolver nas escolas o HTPC elaborado em grupo, adequando-o à sua realidade;
• Realizar o registro do HTPC e trazê-lo para o próximo Encontro.


Até Lá




Márcia Corrales, Priscila Alquimim e Margarete Borsi
Equipe Ciclo I – Diretoria de Caieiras

Amadora Fraiz V. Della Beta
Supervisora do Programa Ler e Escrever


sexta-feira, 5 de março de 2010

LEITURA COMPARTILHADA - CRÔNICA


Requerimento
Adriana Falcão



Caro Senhor Tempo,
Espero que esta o encontre passando bem, ou melhor, passando o mais devagar possível.
Por aqui vai-se indo, como o Senhor quer e consente, meio rápido demais para o meu gosto, e quando vi já era dezembro.
Foi-se mais um ano.
E com ele foram-se uma quantidade incalculável de amores, cores, idades, alguns amigos, não sei quantos neurônios, memórias, remorsos, desvarios, cabelos, ilusões, alegrias, tristezas, várias certezas (se não me engano, treze), algumas verdades indiscutíveis, umas calças que não fecham mais e aquele vestido de que eu gostava tanto.
Foi-se o meu gosto por vitrine.
Foi-se quase todo o meu vidro de perfume.
Foi-se meu costume de imaginar asneiras à noite.
Foi-se meu forte instinto de acreditar no que me dizem.
Foi-se meu açucareiro de porcelana.
Que pena.
Foi-se o tempo em que uma simples farra não significava necessariamente uma condenação sumária no dia subseqüente.
Foi-se a poupança.
O troquinho da gaveta.
Foi-se aquele antigo projeto.
Foram-se exatamente nove vírgula seis por cento de todas as minhas esperanças.
Será que o Senhor não se cansa, seu Tempo?
Não pensa em tirar umas férias, dar uma pausa, respirar um pouco? Não lhe agrada a idéia de mudar o andamento? Diminuir o ritmo? Em vez de tic-tac, inventar uma palavra mais comprida para compasso, mantra, ícone, diagrama?
Me diga sinceramente: para que tanta pressa?
Anda difícil acompanhar seus passos ultimamente.
Não precisa dar meia-volta, eu não espero tanto. Eternidade? Não. Só queria sua amizade.
Mas já é dezembro.
Foi-se mais um ano.
E o Senhor passou voando, rebocou os meus momentos, foi desbotando minhas lembranças, carregou mais doze meses inteiros levando cada instante meu de carona.
Tentei voltar atrás em algumas decisões. Já era tarde.
Não deixei nada para amanhã. Mesmo assim não fiz sequer metade do que pretendia. Imaginei várias maneiras de estancar os dias, segunda, terça, quarta, quando via já era quinta. Sexta. Sábado. Domingo. Pronto.
Pensei em fuga. Será que existe algum lugar deste mundo onde as horas não me encontrem? Fiquei meses trancada em casa. Foi inútil. Lá fora, o Senhor continua passando.
E já passou mais um pouquinho.
Calma, Tempo! Espere só um minutinho para eu explicar melhor meu ponto de vista.
Nem todo mundo é pedra, concorda? Dito isso, imagine então quantos pobres mortais sofrem da mesma agonia diária: giros e mais giros nos ponteiros, os cantos dos cucos, as denúncias das sombras, os grãos de areia escorrendo (parece até hemorragia crônica), tudo escapulindo, descendo, subindo, o frenesi dos dígitos, um, dois, três, quatro, cinco, cem, o Senhor vai tirar o pai da forca? Está fugindo de alguém? De quem? De mim? De ontem?
Eu conheço de cor suas obrigações.
Estou convencida de suas utilidades.
Não fosse o Senhor, não existiriam saudade, retrato, suvenir, antiguidade, história, época, período, calendário, outrora, passatempo, novidade, creme anti-rugas, disputa por pênaltis, antepassado, descendente, dia, noite, nada, não existiria sabedoria, eu sei disso.
Não tome como queixas minhas palavras, por favor não tome.
Aqui vai apenas uma súplica.
Ah, se o Senhor fosse mais indulgente, mais piedoso, mais pensativo, se fosse baiano, menos estressado, mais manso, menos rigoroso, um bon-vivant, e se distraísse aí pelo caminho, e se deixasse apreciar as paisagens, e sofresse um devaneio, e ficasse de bobeira, esquecido das horas, divagando.
Escute aqui, seu Tempo, que tal deixar passar o resto e parar quieto um pouco?

ORIENTAÇÃO TÉCNICA - 04/03/10





* VÍDEO *

http://www.youtube.com/watch?v=g4tTpVW6wGQ

quinta-feira, 4 de março de 2010

VÍDEO - OT 04/03/2010 (TARDE)

http://www.youtube.com/watch?v=AEl-Oj7lqXg