segunda-feira, 13 de setembro de 2010

17º ENCONTRO - PROGRAMA LER E ESCREVER (tarde)


“ Despertar a curiosidade, inata ao homem e vivacíssima
no menino, eis o primeiro empenho do professor, num
método racional. Da curiosidade nasce a atenção; da atenção a
percepção e a memória inteligente.”
Rui Barbosa



17º ENCONTRO – PROGRAMA LER E ESCREVER
(PERÍODO TARDE)
RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS



OBJETIVOS:

• Conhecer diversas formas de apresentação e resolução de problemas;
• Refletir sobre o papel do trabalho com resolução de problemas no ensino da Matemática
• Discutir o papel investigativo que se coloca no trabalho com problemas
• Analisar atividades presentes na coletânea da III Jornada de Matemática envolvendo Resolução de Problemas

CONTEÚDO: Resolução de Problemas

ENCAMINHAMENTOS:

1. Leitura feita pela formadora: “Sizenando, a vida é triste” – Rubem Braga


2. Retomando o encontro anterior: Análise de Jogos

a) Jogo da Colmeia

b) Paraquedas

c) Tiguous

d) Velha da Multiplicação

e) Zigue-Zague


3. Em grupo, reflitam e respondam:
a) O que é um problema?
b) Qual a função dos problemas no ensino da Matemática?
c) Que tipos de problemas aparecem com maior frequência na sala de aula?


4. Socialização da discussão.


5. Apresentação em PPT (“Resolução de Problemas”) feita pela formadora.


6. Leitura compartilhada do texto “Resolução de Problemas: um caminho essencial para aprender Matemática?” – Célia Maria Carolino Pires (Anexo 2)


7. Vivência e análise de algumas atividades da Coletânea “Resolução de Problemas” da III Jornada da Matemática (preencher tabela após a análise das atividades):

* Atividade 2: Problema 2 - Um triângulo cheio de histórias...

* Jogo 2 - Jogo de Lógica

* As sequências

* Problema 1 - Oh, dúvida cruel...

* Problema 2 - Fusca...

* Problema 3 - Fotos

16º ENCONTRO - PROGRAMA LER E ESCREVER


“Só existe aprendizagem quando o aluno percebe
que existe um problema para resolver, quer dizer,
quando reconhece o novo conhecimento como meio
de resposta a uma pergunta.”
Charnay, 1996




16º ENCONTRO – PROGRAMA LER E ESCREVER



OBJETIVOS:
* Refletir sobre a importância de se trabalhar na sala de aula com os diferentes tipos de cálculo utilizados no cotidiano: cálculo mental, escrito, estimativa e o uso da calculadora.
* Desenvolver atividades em que o uso do Cálculo Mental e da Calculadora se convertam em instrumentos que auxiliem o aluno na construção ou aplicação de conceitos matemáticos, na escolha pessoal ou interativa de procedimentos para resolução de problemas e na avaliação de resultados encontrados.
* Concluir que o trabalho com diversos tipos de cálculo poderá contribuir para uma melhor relação do aluno com a Matemática.

CONTEÚDOS:
• Cálculo: escrito, mental, estimado e com calculadora



ENCAMINHAMENTOS:


1. Leitura feita pela formadora
2. Apresentação em PPT: "Trabalhando com diferentes tipos de cálculo"
3. Vídeo: “Explorando a Calculadora”
4. Vivência e Análise de atividades:


a) Cálculo – Jornada da Matemática 2010

* Atividade 6: Jogo das Dezenas Exatas

* Atividade 16: Algoritmos da Subtração - Decomposição de números

* Atividade 19: Carta na Testa

* Atividade 22: Dobros

* Atividade 28: Fazendo Multiplicações por Decomposição

* Atividade 35: Simplificando as Divisões


b) Jogos

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

ENCERRAMENTO DO MÓDULO I - CURSO DE MATEMÁTICA


No último dia 17 de agosto encerrou-se o Módulo I do Curso "Formação em Didática da Matemática".

Os conteúdos abordados neste módulo foram:

* A didática do ensino da Matemática: metodologia da resolução de problemas, as ideias infantis nas representações Matemáticas;
- O currículo praticado na escola e o currículo expresso nas expectativas de aprendizagem;
- Os blocos de conteúdo no Ensino da Matemática do Módulo I:
. Números e operações: regularidades do SND, campos conceituais, cálculo mental;
- A utilização de recursos tecnológicos no ensino da Matemática.
- Organização Curricular e Avaliação.


Agradecemos a participação de todos os cursistas: professores das escolas estaduais e representantes das Secretarias Municipais de Educação de Caieiras, Franco da Rocha e Mairiporã. Aguardamos a todos para darmos continuidade aos estudos no Módulo II.


Priscila Alquimim (em nome da Equipe Ciclo I da D.E Caieiras)



CONCENTRAÇÃO TOTAL... HORA DA AVALIAÇÃO DE ENCERRAMENTO DO MÓDULO






sexta-feira, 20 de agosto de 2010

LEITURA COMPARTILHADA - 15º ENCONTRO


Poesia Matemática
Millôr Fernandes


Às folhas tantas
do livro matemático
um Quociente apaixonou-se
um dia
doidamente
por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável
e viu-a do ápice à base
uma figura ímpar;
olhos rombóides, boca trapezóide,
corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida
paralela à dela
até que se encontraram
no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele
em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
(o que em aritmética corresponde
a almas irmãs)
primos entre si.
E assim se amaram
ao quadrado da velocidade da luz
numa sexta potenciação
traçando
ao sabor do momento
e da paixão
retas, curvas, círculos e linhas sinoidais
nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana
e os exegetas do Universo Finito.
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas.
E enfim resolveram se casar
constituir um lar,
mais que um lar,
um perpendicular.
Convidaram para padrinhos
o Poliedro e a Bissetriz.
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro
sonhando com uma felicidade
integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones
muito engraçadinhos.
E foram felizes
até aquele dia
em que tudo vira afinal
monotonia.
Foi então que surgiu
O Máximo Divisor Comum
freqüentador de círculos concêntricos,
viciosos.
Ofereceu-lhe, a ela,
uma grandeza absoluta
e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu
que com ela não formava mais um todo,
uma unidade.
Era o triângulo,
tanto chamado amoroso.
Desse problema ela era uma fração,
a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade
e tudo que era espúrio passou a ser
moralidade
como aliás em qualquer
sociedade.

Texto extraído do livro "Tempo e Contratempo", Edições O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 1954, pág. sem número, publicado com o pseudônimo de Vão Gogo.

15º ENCONTRO - PROGRAMA LER E ESCREVER


“Quando o viajante disse, não há mais o que ver,
Sabia que não era assim...
É preciso ver o que foi visto,
Ver outra vez o que se viu já,
Ver na primavera o que vira no verão...
Ver a seara verde, o fruto maduro,
A pedra que mudou de lugar.
É preciso recomeçar a viagem sempre.”
José Saramago


PAUTA



CONTEXTO:
Usar ou não a calculadora nas aulas de Matemática? Esta é uma questão que tem dividido a opinião dos professores. A maioria deles acredita que o uso da calculadora deixa os alunos “preguiçosos”, dependentes da máquina e que passam a calcular mecanicamente, sem pensar. Neste encontro, veremos que a calculadora não impede o aluno de pensar matematicamente, ao contrário, quando usada de forma consciente traz implícito o uso do cálculo mental e da estimativa, dentre outros aspectos importantes da matemática.
“Para que os alunos não fiquem dependentes da calculadora, nem a sub utilizem, é necessário que aprendam a usá-la de forma correta, utilizando as possibilidades abertas pelas memórias, teclas das operações e funções diretas, porcentagens e raiz quadrada, só para falar das calculadoras simples; do ponto de vista pedagógico, incentivando o seu uso problematizado, refletido e crítico de forma a permitir a cada momento, analisar a razoabilidade dos resultados que a calculadora vai fornecendo, fomentar o registro, sempre que necessário, dos passos intermediários do desenvolvimento das estratégias, para que possam analisar possíveis alterações a serem feitas em seus procedimentos de resolução de um problema.” (SMOLE)
Neste encontro veremos ainda as possibilidades de exploração e uso do cálculo ment
al na sala de aula.


OBJETIVOS:

• Reconhecer a importância do trabalho com o cálculo mental para explorar o Sistema de Numeração Decimal.
• Relacionar procedimentos de cálculo mental e cálculo escrito, exato e aproximado.
• Utilizar as propriedades das operações e o valor posicional como recurso de cálculo mental.
• Desenvolver diferentes estratégias de cálculo mental, escrito, estimado e com calculadora.
• Analisar situações didáticas envolvendo o uso da calculadora.

CONTEÚDOS

• Cálculo mental
• Sistema de Numeração
• Exploração do uso da calculadora

ENCAMINHAMENTOS:


• Leitura Compartilhada: “Poesia Matemática” – Millôr Fernandes
1. Reflexões sobre: “Cálculo Mental X Cálculo Escrito”
2. Vídeo PCN – Programa 7: “Inventando Estratégias de Cálculo”
3. Leitura do texto: “A Construção de fatos básicos e cálculo mental” – Análise de atividades de Cálculo Mental
4. Reflexões sobre o uso da calculadora nas aulas de Matemática
5. Análise de propostas envolvendo o uso da calculadora

14º ENCONTRO - PROGRAMA LER E ESCREVER


“A avaliação é essencial à educação, inerente e indissociável enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão, sobre a ação.”
Moacir Gadoti



Pauta


Contexto
A avaliação da Educação Básica do estado de São Paulo, denominada Saresp – Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do estado de São Paulo, utiliza procedimentos metodológicos formais e científicos cada vez mais aprimorados para coletar e sistematizar dados e produzir informações sobre o desempenho dos alunos ao término das segundas, quartas, sextas e oitavas séries do Ensino Fundamental, bem como da terceira série do Ensino Médio.
Desde 1995, o desempenho dos alunos da educação básica do Brasil tem sido medido por meio da métrica do Saeb. A escala de proficiência já é bastante conhecida e seu uso permite a comparação dos resultados dos alunos no Saresp com aqueles obtidos no Saeb e na Prova Brasil.
A escolha dos números que definem os pontos da escala de proficiência é arbitrária e construída a partir dos resultados da aplicação do método estatístico de análise dos resultados denominado TRI (Teoria de Resposta ao Item).
Com as indicações do que os alunos devem minimamente aprender em cada área do conhecimento, em cada etapa de escolarização, as referências para a avaliação puderam então ser estruturadas.
(Trechos retirados da Matriz de Referência do SARESP 2.009)


Objetivo:


* Análise e interpretação do boletim da escola;
* Comandos de ações para projetos de intervenção;
* Análise de atividades realizadas no Saresp 2.009;
* Organização de pauta para o Dia do Saresp na Escola.


Conteúdo:
* Saresp 2.009 (Língua Portuguesa e Matemática)

Encaminhamentos:

1) Leitura feita pela formadora.

2) Apresentação do PPT (Introdução Saresp)
a) Leitura e interpretação dos resultados obtidos no Saresp 2.009;

3) Análise das questões de Língua Portuguesa
a) Divisão em grupos para análise das questões Saresp 2.009;
b) Analisar a complexidade das questões e os distratores;
c) Atentar-se aos resultados obtidos para a reflexão;
d) Socialização dos grupos.

Café

4) Apresentação do PPT Saresp Matemática.

5) Análise das questões de Matemática.
a) Divisão em grupos para análise das questões Saresp 2.009;
b) Analisar a complexidade das questões e os distratores;
c) Atentar-se aos resultados obtidos para a reflexão;
d) Socialização dos grupos.


6) Relação entre as habilidades Saresp 2.009 com a Matriz de Referência e a Expectativa de Aprendizagem.
a) Analisar as habilidades propostas no Saresp 2.009 com a Matriz de Referência;
b) Verificar se estão contempladas nas Expectativas de Aprendizagem.
c) Relacionar os Blocos de Conteúdos de Matemática.

7) Relacionar em grupos os itens que não podem faltar na Pauta do “Dia do Saresp na
Escola”.
Márcia Corrales e Priscila Alquimim - PCOP Ciclo I
Amadora F. V. Della Beta - Supervisora do Programa Ler e Escrever


13º ENCONTRO - PROGRAMA LER E ESCREVER


(...) Nossa proposta é ensinar uma matemática viva, uma matemática que vai nascendo
com o aluno enquanto ele mesmo vai desenvolvendo seus meios
de trabalhar a realidade na qual ele está agindo.”
Ubiratan D’Ambrosio



PAUTA


OBJETIVOS:


• Reconhecer a importância de saber o que pensam as crianças sobre os números;
• Observar que os números têm o uso social e estão presentes em vários portadores com diferentes propósitos;
• Discutir a aplicação e análise de atividades diagnósticas de representações numéricas de crianças dos anos iniciais do Ciclo I.
• Analisar situações didáticas que ajudam as crianças a compreenderem a organização do Sistema de Numeração Decimal.
• Discutir estratégias e possibilidades de trabalho em sala de aula para auxiliar os alunos a avançarem em suas hipóteses numéricas.
• Analisar como se pode ensinar o Sistema de Numeração.
• Identificar regularidades do Sistema de Numeração por meio de quadros numéricos.

CONTEÚDOS:


• Diferentes funções dos números
• Procedimentos de sondagem de notações numéricas
• Características do SND
• Situações didáticas
• Regularidades em quadro numérico
• Análise de registros de escritas numéricas
• Atividades do SND

ENCAMINHAMENTOS:


1ª Parte: “Números e Operações: por onde começar?”



• Leitura feita pela formadora
1. O que as crianças pensam sobre número
2. A ideia que as crianças fazem de como escrever os números.
3. Outras formas de sondagens numéricas
4. Vídeo – “A vida numérica na sala de aula” (PCN na Escola – Programa 4)
5. Discutindo o que fazer com os saberes das crianças



2ª Parte: Sistema de Numeração – e agora?



1. Tirando dúvidas sobre diagnóstico
2. Vídeo – Sistema de Numeração (PCN na Escola – Programa 5)
3. Leitura do Texto: “As crianças e a Construção de Escritas Numéricas”
4. Analisando propostas de trabalho :


*Parte A : QUADRO DE NÚMEROS
* Parte B: FICHAS SOBREPOSTAS





sexta-feira, 6 de agosto de 2010

ARTIGO

* Artigo publicado na “Folha de São Paulo” de (01/11/09)


AS ESCOLAS ESTÃO TOMANDO CONSCIÊNCIA
LINO DE MACEDO
ESPECIAL PARA A FOLHA


No Brasil, a valorização de um ensino por competências e habilidades na educação básica foi desencadeada pelo Enem. Para a formulação deste exame, de acordo com o proposto nas Leis das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, ocorreram-nos as seguintes questões: o que a sociedade, a família e os próprios alunos podem esperar ao término do ensino médio?
O que levam para sua vida, do que aprenderam na escola? Qual é o valor de uma educação básica para todas as crianças e jovens do Brasil? Entendemos, então, que a melhor resposta para este tipo de avaliação externa seria verificar o quanto e o como os alunos sabiam pensar conteúdos disciplinares em termos de competências e habilidades a eles relacionadas.
O reconhecimento social desta forma de avaliação repercutiu nas escolas, lembrando-as de que conteúdos disciplinares se não transformados em procedimentos ou modos de compreender as coisas acabam esquecidos ou substituídos por outros. Recuperou-se, assim, o compromisso de se educar para a vida nos termos atuais.
Nesta nova perspectiva, os professores, designados pelas disciplinas em que são especialistas (matemática, língua portuguesa, história, artes etc.), devem se comportar como "profissionais da aprendizagem". O que era fim (os conteúdos disciplinares) agora são meios por intermédio dos quais os alunos aprendem a pensar, criticar, antecipar, argumentar, tomar decisões.
Valorizar competências e habilidades na educação básica significa compreender crianças e jovens como capazes de aprender noções básicas das disciplinas científicas, expressar pontos de vista, viver contradições ou insuficiências e construir autonomia.
Trata-se, de modo geral, de aprender a ser competente para trabalhar em grupo, defender posições, argumentar, compartilhar informações, participar e cooperar em projetos, definir, aceitar ou consentir em regras que organizam ou disciplinam o convívio escolar, respeitar limites de espaço e tempo. Trata-se, de modo específico, de aprender, por exemplo, a fazer cálculos para utilizá-los bem na resolução de um problema, que demanda compreensão, tomada de decisão, demonstração. Conhecer leis da biologia, química ou física entregando-se a suas verdades na prática, ou seja, reconhecendo que aquilo que está nos livros também pode acontecer na realidade.
Quanto mais uma sociedade é livre, democrática, aberta e sensível à diversidade dos interesses e possibilidades de seus integrantes, mais o exercício da competência é requerido em situações do cotidiano da vida. Maravilha, que ela (a escola) está tomando consciência disto.

LINO DE MACEDO é professor de Psicologia do Desenvolvimento aplicada à Educação do Instituto de Psicologia da USP e um dos formuladores do Enem

LEITURA COMPARTILHADA (30/07)


A Menina



Primeiro dia de aula. A menina escreveu seu nome completo na primeira página do caderno escolar, depois seu endereço, depois "Porto Alegre", depois "Rio Grande do Sul", depois "Brasil", "América do Sul", "Terra", "Sistema Solar", "Via Láctea" e "Universo". A menina sentada ao seu lado olhou, viu o que ela tinha escrito, e disse: "Faltou o CEP." Ficaram inimigas para o resto da vida.
Ela era apaixonada pelo Marcos, o Marcos não lhe dava bola. Um dia, no recreio, uma bola chutada pelo Marcos bateu na sua coxa. Ele abanou de longe, gritou "Desculpa", depois foi difícil tomar banho de chuveiro sem molhar a coxa e apagar a marca da bola. Ela teve que ficar com a perna dobrada para fora do box, a mãe não entendeu o chão todo molhado, mas o que é que mãe entende de paixão?
Quem mais sofria com a paixão da menina pelo Marcos era o seu irmão menor, o Fiapo. Tinha dias em que ela chegava da escola e pegava o Fiapo num abraço tão apertado que ele começava a espernear e a gritar "Mãe!".
Sua melhor amiga era a Rute, que anunciou que teria três filhos, Suzana, Sueli e Sukarno.
― "Sukarno"?!
― Li o nome no jornal.
― Mas por que "Sukarno"?!
― Não tem nome de homem que começa com "Su".
E a Rute nem queria ouvir falar em não ter filho homem, o que resolveria o problema. Não transigiria.
Na festa de aniversário da Ana Lúcia, ela, a Rute, a Nicete e a Bel chegaram em grupo e foram direto para o banheiro. De onde não saíram. A Nicete às vezes entreabrindo a porta para controlar a festa, e a Bel dando uma escapada para trazer doces e a notícia de que não, o Marcos não estava dançando com ninguém.
Claro, quem dava bola para a menina era o Mozart, tão feio que o apelido dele na escola era "Feio". Foi ele quem disse que era perigoso ela andar com o endereço completo na primeira página do caderno. Por que perigoso? "Sei lá", disse o Mozart. "Com tanto seqüestro." Ela não entendeu. Depois disse:
― Quero ver me encontrarem no Universo.
Aí foi o Mozart que não entendeu.
No grupo tinha um Mozart e um Vitor Hugo.
― Temos dois nomes famosos na classe ― disse a professora. ― Seu Vitor Hugo, o
senhor sabe quem foi Vitor Hugo na História?
O Vitor Hugo (apelido "Papudo") sabia, Vitor Hugo, escritor francês.
― E seu Mozart, o senhor sabe quem foi Mozart na História?
― Sei.
― Quem foi?
― Meu padrinho.
Naquele ano, a última página do caderno da menina estava toda coberta com o nome do Marcos repetido. Marcos e sobrenome, Marcos e sobrenome. Às vezes o nome dela com o sobrenome do Marcos. Às vezes o nome dos dois com o sobrenome dele. E na saída do último dia de aula antes das provas alguém arrancou o caderno das mãos dela e levou para o Marcos ver. Ela correu, tirou o caderno das mãos do Marcos e disse "Desculpa". Naquela noite chorou tanto que a mãe teve que lhe dar um calmante. Nunca mais falou com o Marcos.
Nunca mais encheu seu caderno com o nome de alguém. Nunca mais se apaixonou, ou chorou, do mesmo jeito. Do pior dia da sua vida só o que repetiu muitas vezes, depois, foi o calmante.
Pensou que se um dia saísse um livro com o seu diálogo com Marcos seria um livro de 100 páginas com "Desculpa!" na primeira página e "Desculpa" na última, e todas as outras páginas em branco. Seria o livro mais triste do mundo.
Um professor disse para a menina que só havia um jeito de compreender o Universo. Ela devia pensar numa esfera dentro de uma esfera maior, até chegar a uma grande esfera que incluiria todas as outras, e que por sua vez estaria dentro da esfera menor. A menina então entendeu que a sua vizinha de classe tinha razão, era preciso botar o CEP. Num universo assim, era preciso fixar um detalhe para você nunca se perder. Nem que o detalhe fosse a mancha no teto do seu quarto com o perfil da tia Corinha, a que queria ser freira e acabara oceanógrafa.
A menina disse para a Rute que era preciso escolher um detalhe da sua vida, em torno do qual o Universo se organizaria. Cada pessoa precisava escolher um momento, uma coisa, uma espinha no rosto, uma frase, um veraneio, um quindim, uma mancha no teto ― um lugar em que pudesse ser encontrada, era isso.
― Pirou, disse a Rute.

Luís Fernando Veríssimo

12º ENCONTRO - PROGRAMA LER E ESCREVER





“Antes se pensava que, para conhecer as histórias infantis, era preciso saber ler. A escola deve começar a ler para os alunos o mais cedo possível. Para os de família de baixa renda, está a cargo do professor provocar situações desse tipo, de que os outros dispõem desde que nascem. Isso não significa antecipar a exigência de que saibam ler e escrever. O sistema escolar tem um limite tênue entre dar oportunidades de aprender certos conteúdos e cobrar seu conhecimento.”
Délia Lerner


Pauta do 12º Encontro de Orientação Técnica – Ciclo I
29/07/2.010



Contexto:
É hora de traduzir os números e partir para ação...Sabemos que não basta avaliar; é fundamental interpretar resultados e utilizar a análise como ferramenta de intervenção pedagógica. Por isso, é necessário fazer da devolutiva um diferencial na formação do professor.
Em encontros anteriores já nos demos conta da importância da avaliação educacional externa para melhorar a qualidade da educação. Boa parte das escolas utiliza da devolutiva como instrumento para direcionar suas ações pedagógicas.
Sabe-se que o diagnóstico apresenta aspectos importantes, com detalhamento e indicadores comparativos que permite balizar o trabalho. Transformar números em pessoas, propor ação para possibilitar a aprendizagem deste, é fundamental para a garantia da aprendizagem esperada para ano/série.
O diagnóstico e a devolutiva, associados ao Plano de Ação, com medidas reflexivas e de Orientação desenvolvida na escola, configuram uma potente ferramenta no processo de melhoria da qualidade.

Objetivos:
* Utilizar o resultado do SARESP 2ª série para reflexão com o grupo das expectativas de aprendizagem alcançadas pelos alunos;
* Interpretar os resultados obtidos pela escola na avaliação externa (SARESP) e associá-lo ao plano de Ação proposto para o ano letivo;
* Considerar as especificidades da escola no seu processo de evolução e propor ações para atingir melhora na qualidade de ensino;
* Explorar os resultados do SARESP com o atual diagnóstico de escrita realizado neste ano, pensando em ações emergenciais que devem ser realizados pela escola.


Conteúdos:
* SARESP 2ª série – níveis de proficiência;
* Expectativa de Aprendizagem proposto para a série (vide Currículo da Educação Básica)
* Apontamento dos possíveis problemas encontrados pelos professores na realização das atividades;
* Ação Emergencial que deve ser pensada pela escola, pensando no Projeto de Intervenção:
Insuficiente – Recuperação;
Básico – Reforço;
Adequado – Aprofundamento;
Avançado – Desafio.


Encaminhamentos:
1) Leitura feita pela formadora: "A menina" - Luís Fernando Veríssimo


2) Reflexão e Ação:
a) Em grupos (trios) ler as questões realizando a reflexão da prática pedagógica e elaborar ações para a questão que se pede;
b) Registrar na folha para apresentação;
c) Socialização das respostas apontadas pelo grupo e sugestão de ações para serem desenvolvidas nas escolas.

3) Apresentação do PPT.
a) Interpretação dos resultados obtidos no SARESP 2ª série;
b) Projetos de Intervenção possíveis e adequados de serem realizados;
c) Reflexão da ação desenvolvida na escola.

4) Currículo da Educação Básica
a) Estudar as Expectativas de Aprendizagem proposto para a 2ª série (Currículo da Educação Básica);
b) Relacionar os possíveis problemas que os professores podem enfrentar na realização das atividades propostas;
c) Preencher a planilha em anexo;
d) Socialização das discussões.

5)“Como corrigir os erros dos alunos com o objetivo de ajudá-los a avançar” (artigo da revista Nova Escola)
a) escolher um observador em cada grupo para anotações de acordo com o roteiro;
b) apresentação dos grupos
c) comentários gerais.

Um bom trabalho...



Márcia Corrales e Priscila Alquimim – PCOP Ciclo I

Amadora F. V. D. Beta – Supervisora do “Programa Ler e Escrever”

segunda-feira, 12 de julho de 2010

VIVÊNCIA COM POEMAS - O.T 01/07

ESTRADA DE FERRO CENTRAL DO BRASIL - TARSILA DO AMARAL






Trem de Ferro


Manuel Bandeira



Café com pão
Café com pão
Café com pão

Virge Maria que foi isso maquinista?

Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)

Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)

Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...

Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)

Neologismo

Manuel Bandeira

Beijo pouco, falo menos ainda.

Mas invento palavras

Que traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.

Inventei, por exemplo, o verbo teadorar.

Intransitivo:Teadoro, Teodora.



O Açúcar

Ferreira Goulart

O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.

Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.

Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina.

Este açúcar era cana
E veio dos canaviais extensos
Que não nascem por acaso
No regaço do vale.

Em lugares distantes,
Onde não há hospital,
Nem escola, homens que não sabem ler e morrem de fome
Aos 27 anos
Plantaram e colheram a cana
Que viraria açúcar.
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

11º ENCONTRO LER E ESCREVER - 01/07/10



"(...) O tempo para ler, como o tempo para amar, dilata o tempo para viver."
Daniel Pennac




Contexto
No encontro anterior, discutimos sobre o que significa tratar a leitura como conteúdo de aprendizagem, reconhecendo as dificuldades que os alunos encontram no exercício autônomo dessa prática e as condições necessárias para avançar e desenvolver a tão desejada proficiência, fundamental para a continuidade dos estudos, na sala regular. A experiência com os alunos tem mostrado que a clareza sobre os propósitos das atividades de leitura e de escrita altera consideravelmente a qualidade de suas produções e, consequentemente, de suas aprendizagens. Em função disso, refletimos sobre a importância de considerar os diferentes conteúdos envolvidos na prática de leitura e suas diversas modalidades.
Neste encontro, vamos discutir sobre a importância de considerarmos o desenvolvimento das capacidades de apreciação e réplica e do comportamento leitor na prática cotidiana de sala de aula. Para isso, vamos refletir sobre algumas modalidades didáticas que propiciam o trabalho com esses aspectos envolvidos na leitura, pontuando, particularmente, a leitura diária, em sala de aula, como uma atividade imprescindível para a formação do leitor na escola. Além disso, abordaremos a especificidade dos textos literários, sua importância na formação do leitor e o papel do professor ao lidar com esses textos.


Objetivos:
▪ Compreender o comportamento leitor e a capacidade de apreciação e réplica como conteúdos de leitura que precisam ser objetos de ensino e aprendizagem por meio de situações didáticas específicas.
▪ Refletir sobre as modalidades didáticas de leitura mais propícias ao desenvolvimento do comportamento leitor e às capacidades de leitura.
▪ Refletir sobre a especificidade do texto literário e sua importância na formação do leitor.

Conteúdos
• Conhecimentos envolvidos nas práticas de leitura, com foco para o comportamento leitor e capacidades leitoras.
• Modalidades de leitura e o seu papel nos diferentes conteúdos propostos.
• As finalidades de leitura: a leitura em diferentes contextos.

Encaminhamentos:

1) Leitura feita pela formadora: “Conto da Ilha Desconhecida” ( 3ª parte – José Saramago)


2) Resgate sobre Práticas de Leitura
a) Apresentação do PPT sobre Práticas de Leitura;
b) Discussão sobre os conteúdos de leitura


3) Vivência com poemas:
A. Apreciação
B. Após a vivência reflita :
* Que conhecimentos mobilizaram durante a vivência? Quais condições didáticas foram garantidas para que esses conhecimentos fossem mobilizados?


4) Sistematizando: Apreciação e Réplica


5) Vídeo: “Ler para apreciar”


Nesta atividade, vamos conhecer um vídeo da série do Ler e Escrever (LER PARA APRECIAR: COMPARTILHADO A LEITURA), que apresenta uma roda de leitores. Para analisar as cenas, vamos considerar algumas questões:


a) Quais são os procedimentos da professora na realização desta atividade?
b) Quais conhecimentos de leitura foram mobilizados?
c) Que tipo de perguntas foram feitas e quais critérios de apreciação podem ser mobilizados por meio destas questões?

6) Sistematizando os saberes sobre leitura:
a) Em trios completar as questões usando (F) para falso e (V) para verdadeiro. (anexo II)
b) Socializar as resposta no grupo geral com comentários e reflexões sobre o assunto.




Márcia Corrales e Priscila Alquimim – PCOP Ciclo I
Margarete Borsi – Coordenadora da Oficina Pedagógica
Amadora Fraiz Vilar Della Beta – Supervisora do Programa Ler e Escrever







sexta-feira, 21 de maio de 2010

9º ENCONTRO LER E ESCREVER - 20/05/2010



“o grande desafio, é desenvolver práticas pedagógicas que verdadeiramente favoreçam a formação de usuários da cultura escrita, que reconheçam estes usos e práticas sociais e que gerem condições em suas aulas, para que seus alunos se formem como leitores e escritores”
Délia Lerner



9º Encontro –“ Programa Ler e Escrever” / Ciclo I


Contexto:
No encontro passado vivenciamos situações de uso social da leitura, destacando seus conteúdos: Comportamento Leitor, Capacidades de Leitura e Procedimentos de Leitura.
Por meio da dinâmica foi possível discutir sobre a Homologia dos processos e sua transposição para a tematização possível de ser desenvolvida em HTPC.
No Encontro de hoje estaremos, vamos discutir sobre o que significa tratar a leitura como conteúdo de aprendizagem, reconhecer as dificuldades que os alunos encontram no exercício autônomo dessa prática e as condições necessárias para avançar e desenvolver a tão desejada proficiência, fundamental para a continuidade dos estudos. Vamos então, discutir a importância de considerar os diferentes conteúdos desenvolvidos na prática de leitura.



Objetivos
* Compreender a leitura como conteúdo de aprendizagem dos alunos;
* Apresentar os conteúdos envolvidos nas práticas de leitura;
* Reconhecer os conteúdos que estão envolvidos na prática de leitura para fins de estudo;
* Identificar procedimentos mais usados na sala de aula;



Conteúdos

* Tematização da prática – uso social de leitura envolvendo saber docente;
* Consideração das práticas de leitura e conteúdos de leitura;
* Referência de alguns autores (Kátia Lomba Brakling e Roxane Rojo) que organizam o conteúdo de leitura na ecola.

Encaminhamentos

1) Leitura feita pela formadora: “Conto da Ilha Desconhecida” José Saramago.

2) Retomada do relato “Relato do Encontro de Formação – Dinâmica com duas fases sucessivas”
a) Discutir os aspectos fundamentais do relato que mais destacou na hora da leitura individual;
b) Aspectos possíveis de serem desenvolvidos na escola;
c) Semelhanças nas situações que aparecem no texto com a realidade vivenciada no cotidiano da escola.

3) Levantamentos das práticas de leitura mais comuns em sala de aula.
* Realizar uma lista com as atividades mais comuns que se tem observado em sala de aula;
* Discutir a aprendizagem que essas práticas de sala de aula possibilitam ao aluno;

4) Análise de duas situações de vídeo.
a) Situação A:
* Observar o procedimento usado pela professora para conduzir uma situação de leitura em sala de aula;
* Discutir no grupo
* Socializar.
b) Situação B
* Observar a atuação da segunda professora para conduzir uma situação de leitura;
* Discutir no grupo;
* Socializar
Refletir com o grupo todo: aspectos que fizeram a diferença na realização da atividade.


5) Apresentação Poiwerpoint
a) Discutir a tematização da prática apresentada no vídeo relacionado com a problematização possível de ser percebida;
b) Abordar as situações homólogas, tendo como parâmetro as situações de leitura possíveis de serem desenvolvidas em sala de aula.

6) Leitura em grupo do texto: “Letramento e capacidade de leitura para cidadania” – Roxane Rojo.
a) Realizar a leitura em grupos de três pessoas.
b) Escolher um observador (observação feita a partir de um roteiro)
c) Socializar as observações;
d) O que foi possível aprender com o texto.

7) Como organizar um trabalho de leitura?
a) Em grupos pequenos elaborar atividade de leitura focando os conteúdos;
b) Cada grupo irá destacar um conteúdo e irá escolher a série/ano que será desenvolvida esta atividade;

8) Trabalho Pessoal
Desenvolver na escola a atividade elaborada nos grupos e realizar um registro da mesma. No próximo Encontro estaremos socializando estas experiências.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

ENTREGA DE CERTIFICADOS - CURSO LER E ESCREVER

CERIMONIAL DE ENTREGA DOS CERTIFICADOS DO CURSO LER E ESCREVER - ANO 2008 (FORMADORA VALQUÍRIA PEREIRA)

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

sexta-feira, 7 de maio de 2010

VÍDEO - PALESTRA DO PSICÓLOGO LINO DE MACEDO
















LEITURA COMPARTILHADA 06/05/10 - 1ª parte


O conto da ilha desconhecida

(1ª parte)
José Saramago


Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um barco. A casa do rei tinha muitas mais portas, mas aquela era a das petições. Como o rei passava todo o tempo sentado à porta dos obséquios (entenda-se, os obséquios que lhe faziam a ele), de cada vez que ouvia alguém a chamar à porta das petições fingia-se desentendido, e só quando o ressoar contínuo da aldraba de bronze se tornava, mais do que notório, escandaloso, tirando o sossego à vizinhança (as pessoas começavam a murmurar, Que rei temos nós, que não atende), é que dava ordem ao primeiro-secretário para ir saber o que queria o impetrante, que não havia maneira de se calar. Então, o primeiro-secretário chamava o segundo-secretário, este chamava o terceiro, que mandava o primeiro-ajudante, que por sua vez mandava o segundo, e assim por aí fora até chegar à mulher da limpeza, a qual, não tendo ninguém em quem mandar, entreabria a porta das petições e perguntava pela frincha, Que é que tu queres. O suplicante dizia ao que vinha, isto é, pedia o que tinha a pedir, depois instalava-se a um canto da porta, à espera de que o requerimento fizesse, de um em um, o caminho ao contrário, até chegar ao rei. Ocupado como sempre estava com os obséquios, o rei demorava a resposta, e já não era pequeno sinal de atenção ao bem-estar e felicidade do seu povo quando resolvia pedir um parecer fundamentado por escrito ao primeiro-secretário, o qual, escusado se ria dizer, passava a encomenda ao segundo-secretário, este ao terceiro, sucessivamente, até chegar outra vez à mulher da limpeza, que despachava sim ou não conforme estivesse de maré.
Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, rematou o homem, e deitou-se ao comprido no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio. Entrar e sair, só por cima dele. Ora, isto era um enorme problema, se tivermos em consideração que, de acordo com a pragmática das portas, ali só se podia atender um suplicante de cada vez, donde resultava que, enquanto houvesse alguém à espera de resposta, nenhuma outra pessoa se poderia aproximar a fim de expor as suas necessidades ou as suas ambições. À primeira vista, quem ficava a ganhar com este artigo do regulamento era o rei, dado que, sendo menos numerosa a gente que o vinha incomodar com lamúrias, mais tempo ele passava a ter, e mais descanso, para receber, contemplar e guardar os obséquios. À segunda vista, porém, o rei perdia, e muito, porque os protestos públicos, ao notar-se que a resposta estava a tardar mais do que o justo, faziam aumentar gravemente o descontentamento social, o que, por seu turno, ia ter imediatas e negativas consequências no afluxo de obséquios. No caso que estamos narrando, o resultado da ponderação entre os benefícios e os prejuízos foi ter ido o rei, ao cabo de três dias, e em real pessoa, à porta das petições, para saber o que queria o intrometido que se havia negado a encaminhar o requerimento pelas competentes vias burocráticas. Abre a porta, disse o rei à mulher da limpeza, e ela perguntou, Toda, ou só um bocadinho. O rei duvidou por um instante, na verdade não gostava muito de se expor aos ares da rua, mas depois reflexionou que pareceria mal, além de ser indigno da sua majestade, falar com um súdito através de uma nesga, como se tivesse medo dele, mormente estando a assistir ao colóquio a mulher da limpeza, que logo iria dizer por aí sabe Deus o quê, De par em par, ordenou. O homem que queria um barco levantou-se do degrau da porta quando começou a ouvir correr os ferrolhos, enrolou a manta e pôs-se à espera. Estes sinais de que finalmente alguém vinha atender, e que portanto a praça não tardaria a ficar desocupada, fizeram aproximar-se da porta uns quantos aspirantes à liberalidade do trono que por ali andavam, prontos a assaltar o lugar mal ele vagasse. O inopinado aparecimento do rei (nunca uma tal coisa havia sucedido desde que ele andava de coroa na cabeça) causou uma surpresa desmedida, não só aos ditos candidatos mas também à vizinhança que, atraída pelo repentino alvoroço, assomara às janelas das casas, no outro lado da rua. A única pessoa que não se surpreendeu por aí além foi o homem que tinha vindo pedir um barco. Calculara ele, e acertara na previsão, que o rei, mesmo que demorasse três dias, haveria de sentir-se curioso de ver a cara de quem, sem mais nem menos, com notável atrevimento, o mandara chamar. Repartido pois entre a curiosidade que não pudera reprimir e o desagrado de ver tanta gente junta, o rei, com o pior dos modos, perguntou três perguntas seguidas, Que é que queres, Por que foi que não disseste logo o que querias, Pensarás tu que eu não tenho mais nada que fazer, mas o homem só respondeu à primeira pergunta, Dá-me um barco, disse. O assombro deixou o rei a tal ponto desconcertado, que a mulher da limpeza se apressou a chegar-lhe uma cadeira de palhinha, a mesma em que ela própria se sentava quando precisava de trabalhar de linha e agulha, pois, além da limpeza, tinha também à sua responsabilidade alguns, trabalhos menores de costura no palácio como passajar as peúgas dos pajens. Mal sentado, porque a cadeira de palhinha era muito mais baixa que o trono, o rei estava a procurar a melhor maneira de acomodar as pernas, ora encolhendo-as ora estendendo-as para os lados, enquanto o homem que queria um barco esperava com paciência a pergunta que se seguiria, E tu para que queres um barco, pode-se saber, foi o que o rei de facto perguntou quando finalmente se deu por instalado, com sofrível comodidade, na cadeira da mulher da limpeza, Para ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, Que ilha desconhecida, perguntou o rei disfarçando o riso, como se tivesse na sua frente um louco varrido, dos que têm a mania das navegações, a quem não seria bom contrariar logo de entrada, A ilha desconhecida, repetiu o homem, Disparate, já não há ilhas desconhecidas, Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Estão todas nos mapas, Nos mapas só estão as ilhas conhecidas, E que ilha desconhecida é essa de que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida, A quem ouviste tu falar dela, perguntou o rei, agora mais sério, A ninguém, Nesse caso, por que teimas em dizer que ela existe, Simplesmente porque é impossível que não exista uma ilha desconhecida, E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar, Às minhas ordens, com os meus pilotos e os meus marinheiros, Não te peço marinheiros nem piloto, só te peço um barco, E essa ilha desconhecida, se a encontrares, será para mim, A ti, rei, só te interessam as ilhas conhecidas, Também me interessam as desconhecidas quando deixam de o ser, Talvez esta não se deixe conhecer, Então não te dou o barco, Darás. Ao ouvirem esta palavra, pronunciada com tranquila firmeza, os aspirantes à porta das petições, em quem, minuto após minuto, desde o princípio da conversa, a impaciência vinha crescendo, e mais para se verem livres dele do que por simpatia solidária, resolveram intervir a favor do homem que queria o barco, começando a gritar, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. O rei abriu a boca para dizer à mulher da limpeza que chamasse a guarda do palácio a vir restabelecer imediatamente a ordem pública e impor a disciplina, mas, nesse momento, as vizinhas que assistiam das janelas juntaram-se ao coro com entusiasmo, gritando como os outros, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. Perante uma tão iniludível manifestação da vontade popular e preocupado com o que, neste meio tempo, já haveria perdido na porta dos obséquios, o rei levantou a mão direita a impor silêncio e disse, Vou dar-te um barco, mas a tripulação terás de arranjá-la tu, os meus marinheiros são-me precisos para as ilhas conhecidas. Os gritos de aplauso do público não deixaram que se percebesse o agradecimento do homem que viera pedir um barco, aliás o movimento dos lábios tanto teria podido ser Obrigado, meu senhor, como Eu cá me arranjarei, mas o que distintamente se ouviu foi o dito seguinte do rei, Vais à doca, perguntas lá pelo capitão do porto, dizes-lhe que te mandei eu, e ele que te dê o barco, levas o meu cartão. O homem que ia receber um barco leu o cartão de visita, onde dizia Rei por baixo do nome do rei, e eram estas as palavras que ele havia escrito sobre o ombro da mulher da limpeza, Entrega ao portador um barco, não precisa ser grande, mas que navegue bem e seja seguro, não quero ter remorsos na consciência se as coisas lhe correrem mal. Quando o homem levantou a cabeça, supõe-se que desta vez é que iria agradecer a dádiva, já o rei se tinha retirado, só estava a mulher da limpeza a olhar para ele com cara de caso. O homem desceu do degrau da porta, sinal de que os outros candidatos podiam enfim avançar, nem valeria a pena explicar que a confusão foi indescritível, todos a quererem chegar ao sítio em primeiro lugar, mas com tão má sorte que a porta já estava fechada outra vez. A aldraba de bronze tornou a chamar a mulher da limpeza, mas a mulher da limpeza não está, deu a volta e saiu com o balde e a vassoura por outra porta, a das decisões, que é raro ser usada, mas quando o é, é. Agora sim, agora pode-se compreender o porquê da cara de caso com que a mulher da limpeza havia estado a olhar, foi esse o preciso momento em que ela resolveu ir atrás do homem quando ele se dirigisse ao porto a tomar conta do barco. Pensou ela que já bastava de uma vida a limpar e a lavar palácios, que tinha chegado a hora de mudar de ofício, que lavar e limpar barcos é que era a sua vocação verdadeira, no mar, ao menos, a água nunca lhe faltaria. O homem nem sonha que, não tendo ainda sequer começado a recrutar os tripulantes, já leva atrás de si a futura encarregada das baldeações e outros asseios, também é deste modo que o destino costuma comportar-se connosco, já está mesmo atrás de nós, já estendeu a mão para tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Acabou-se, não há mais que ver, é tudo igual. (...)

PARA AS MAMÃES... COM CARINHO!

(clique em cima da imagem para ampliar)

Dia das Mães





sexta-feira, 23 de abril de 2010

VÍDEO - ESCREVENDO OS NÚMEROS


VÍDEO: "ESCREVENDO OS NÚMEROS"








ORIENTAÇÃO TÉCNICA - 22/04/10 (TARDE)





"Só existe saber na invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os homens fazem do mundo, com o mundo e com os outros."


Paulo Freire



Contexto:


As dificuldades encontradas por alunos e professores no processo de ensino e aprendizagem da matemática são muitas e conhecidas. Por um lado, o aluno não consegue entender a matemática que a escola lhe ensina, muitas vezes é reprovado nesta disciplina, ou então, mesmo que aprovado, sente dificuldades em utilizar o conhecimento "adquirido", em síntese, não consegue efetivamente ter acesso a esse saber de fundamental importância.


No encontro passado, discutimos os aspectos relevantes do ensino e aprendizagem desta disciplina, pudemos concluir que as ações cotidianos fazem a diferença nesta aprendizagem, portanto, saber qual atividade significativa neste contexto faz a diferença neste processo.


No encontro de hoje estaremos retomando um pouco da história da matemática, discutindo sobre a vida numérica na sala de aula, além de atender as expectativas propostas nesta área do conhecimento.


Objetivos:


* Saber o que as crianças pensam sobre os números;


* Conhecer as expectativas de aprendizagem sobre os Números.


Conteúdo:


* Ensino da Matemática nas séries iniciais


Encaminhamentos:


1. Leitura feita pela formadora: "Não sei direito com que idade eu estava" - Ana Maria Machado


2. Para começo de conversa...


* Retomando... "A história dos números" (vídeo)


3. A vida numérica na sala de aula


-Pontos para reflexão:


*O que as crianças pensam sobre os números?


* Que números aprendem primeiro?


* Aspectos que o professor deve considerar no processo de ensino e aprendizagem dos números


4. As crianças e a construção de escritas numéricas


* Apresentação do PPT


* Vídeo: "Escrevendo os números"


5. Leitura e análise das expectativas de aprendizagem sobre números


* Levantamento de situações didáticas que contribuam para o alcance das metas.



Márcia Corrales, Priscila Alquimim e Margarete Borsi


Equipe Ciclo I


Amadora Fraiz V. Della Beta


Supervisora do Programa Ler e Escrever




quinta-feira, 22 de abril de 2010

VÍDEO: A HISTÓRIA DOS NÚMEROS



VÍDEO: "A HISTÓRIA DOS NÚMEROS"








sexta-feira, 16 de abril de 2010

LEITURA COMPARTILHADA: UM APÓLOGO


Um Apólogo
Machado de Assis




Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando...
— Também os batedores vão adiante do imperador.
— Você é imperador?
— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

PAUTA - ORIENTAÇÃO TÉCNICA 15/04/2010



"Só se ensina com paixão e é necessário estar em permanente processo de alimentar a nossa paixão de ensinar".
Madalena Freire




5º Encontro –“ Programa Ler e Escrever” / Ciclo I






Contexto:
O trabalho com Tematização da Prática permite uma reflexão mais aprimorada das ações realizadas no cotidiano. Portanto, permitir reflexão de bons modelos, analisar boas práticas e revisitar a ação não é uma tarefa necessária e possível no cotidiano escolar.
Porém, é importante considerar que a definição ou não deste contexto altera significativamente as ações docentes. Para discutir esse assunto, vamos refletir sobre as possibilidades de trabalho com um propósito claro e compartilhado no grupo de formação: Formação do Professor em serviço.
No segundo momento, estaremos comungando as questões inquietantes no Ensino de Matemática, ou porque não dizer na Aprendizagem da Matemática.
Ao se pensar atualmente na Aprendizagem de Matemática nas séries iniciais, muito se tem falado no objetivo de desenvolver, no aluno, as competências e habilidades matemáticas para a vida na sociedade hoje. Porém, definir quais são essas habilidades, consubstanciar uma proposta que atenda a essa concepção e operacionalizá-la não tem sido tarefa de fácil realização: nesta ótica, daremos luz à nossa reflexão e estudo.

Objetivos:
* Análise do resultado do SARESP e discussão das metas à serem atingidas;
* Compreensão do processo dos níveis de proficiência;
* Socialização da Tematização da Prática, envolvendo o aspecto formativo na competência Leitora do Professor;
* Contextualização do Ensino de Matemática, uma prática docente no cotidiano escolar, aqui e agora.
* Reflexão sobre o Ensino de Matemática que desenvolva competências para a vida




Conteúdo:
* SARESP 2.009;
* Tematização da Prática;
* Ensino da Matemática




1º momento - Manhã




Desenvolvimento:



1ª atividade. (15m)
Leitura feita pela Formadora

2ª atividade (15m)
Esclarecimento do aspecto Legal do “Programa Ler e Escrever.”


3ª atividade: (30m)
Apresentação dos Dados do SARESP 2.009.
Destaque:
Evolução do Ciclo I no SARESP 2.009 em Matemática e Língua Portuguesa;
Análise dos resultados obtidos;
Atenção para os dados considerados INSUFICIENTE;



4ª atividade: (45m)
Retomar a leitura realizada sobre a Tematização da Prática, além de socializar a tabela preenchida.
a) Ações já desenvolvidas na escola que atenda à esta tematização;
b) Combinados com o grupo sobreo trabalho com Tematização.

5ª atividade: (40m)
Concepção de Discurso e Linguagem segundo Kátia Brakling

Vídeo



2º Momento: tarde


1ª atividade: Rede de Idéias: (1h)
Introdução e reflexão sobre o Ensino da Matemática nos dias atuais.
a) Quais as estratégias de Ensino mais usadas pelos professores no Ensino da matemática que você tem observado em sala de aula?
b) Por que os alunos vão perdendo o interesse pela matemática ao longo da escolaridade?
c) Como deve ser um Ensino de Matemática voltado para a vida?
Socialização e discussão do grupo.


2ª atividade: (30m)
Conversas sobre a concepção da Matemática Pronta
a) Reflexão dos pontos destacados nos Slides


3ª atividade (40m)
Assistir o vídeo anotando os aspectos relevantes, de acordo com a planilha:

1. Qual foi o desafio proposto aos alunos?

2. Quais foram as intervenções feitas pela professora?

3. Houve circulação de informações durante a atividade? Em quais momentos?

4. A atividade desenvolvida no vídeo é uma boa situação de aprendizagem? Justifique.


4ª atividade (1h)
a) Analisar as atividades matemáticas;
b) Socialização das mesmas.


Combinados para o próximo Encontro:
Trazer atividades matemáticas que são realizadas em sala de aula que os professores consideram boas.





Márcia Corrales, Priscila Alquimim, Margarete Borsi
Equipe Ciclo I
Amadora Fraiz V. Della Beta
Supervisora do Programa Ler e Escrever




SLIDES - ORIENTAÇÃO TÉCNICA 15/04/2010














VÍDEO - FORMAÇÃO DE PROFESSORES

sexta-feira, 9 de abril de 2010

ORIENTAÇÃO TÉCNICA 08/04/10




“O necessário é fazer da escola um âmbito onde leitura e escrita sejam práticas vivas e vitais, onde ler e escrever sejam instrumentos poderosos que permitem repensar o mundo e reorganizar o próprio pensamento, onde interpretar e produzir textos sejam direitos que é legítimo exercer e responsabilidades que é necessário assumir.”
Délia Lerner




Contexto:
No 3º Encontro, socializamos as pautas de HTPC e também realizamos um levantamento das expectativas do grupo quanto às formações previstas para 2.010.
Neste 4º encontro estaremos retomando as questões referentes às Formações de professores, tarefa específica do Professor Coordenador das Unidades Escolares.
Vamos estabelecer uma rotina de PC que prioriza o acompanhamento em sala de aula, bem como o acompanhamento das modalidades organizativa (projeto e seqüência de atividade) desenvolvidos em sala de aula.
Mais importante do que saber e conhecer a rotina do PC, é saber como pode se pode atuar nos momentos de formação do professor, é necessário transformar as práticas pedagógicas e possibilitar a construção de novos conhecimentos.É reconhecer os registros realizados neste momento de HTPC, é identificar o grupo e a característica deles.

PAUTA

Objetivo:
* Identificar um registro reflexivo realizado neste momento de estudo e refletir com o qual realiza atualmente;
* Atuar nos momentos de destinados à formação (HTPC) possibilitando momentos de estudo, de análise e de possibilidade em oferecer um ensino de mais qualidade.
* Planejar uma rotina de trabalho que possibilite o acompanhamento pedagógico nas salas de aula, ou se for o caso, um atendimento individualizado aos professores



Conteúdo:
* Registro dos momentos de HTPC;
* Análise de registros a partir das reflexões;
* Elaboração de uma rotina prática e atuante
* Possibilidade de reflexão nos momentos de formação



Desenvolvimento:


1ª atividade. Leitura feita pela formadora "A causa secreta" (15 min)


2ª atividade ( 45m)
Em grupos, analisar os registros das reuniões realizadas em HTPC, destacando as seguintes características:
a) Características de reflexão do grupo;
b) Característica de reflexão de quem escreve o registro;
c) Aspectos descritivos que aparecem nos registros;
d) Finalidade do mesmo;
e) Qual se aproxima mais da realidade escolar atual.


3ª atividade: (1h30m)


Levando em conta os pressupostos teóricos que orientam o trabalho de formação, analisem os relatórios de trabalhos desenvolvidos com professores de 4ª série, atentos nos seguintes aspectos:
a) Qual objeto de ensino foi destacado neste trabalho;
b) Quais as condições didáticas oferecidas aos professores para que possam se apropriar desse objeto de ensino;
c) De acordo com a organização qual, ou quais os momentos que possibilitou ao professor desenvolver a própria prática de leitura e escrita.
d) Análise da dinâmica do trabalho e possibilidade de realização nas escolas, o que pode ser realizado e o que precisa ser adaptado.
e) De que forma aconteceu a Dupla Conceitualização:
sabemos que a Dupla Conceitualização acontece em duas etapas: a primeira, propondo atividades desafiadoras e a segundo, quando o formador mostra como ensinar
café



4ª atividade (30m)
a) Socialização das análises realizadas.
b) Vídeo: Formação de Professores, Beatriz Gouveia
c) Socialização das anotações do vídeo



5ª atividade (40m)
a) Análise de uma rotina feita por um Professor Coordenador. (modelo em anexo);
b) Leitura do texto, ponto a ponto para reflexão do PC
c) Organizar melhor a rotina de formação, para garantir um bom andamento das funções.

* Objetivo do Professor Coordenador – rotina necessária: O que precisa estar presente de forma permanente, e o que podemos ter como esporádico;
* Expectativas de aprendizagem – com relação aos professores. (espero que os professores possam estruturar melhor a rotina das salas, compreendendo o que é essencial para as crianças)
* Estratégias – como problematizar e encaminhar as questões;
* Recursos: o que será usado de apoio: texto, vídeo, registro, etc;


6ª atividade: Tarefa (10m)
a) Com foco na rotina do professor de 3ª série, escolha um momento de atividade de análise e reflexão da língua para observar, conforme segue o modelo abaixo:
* O que o professor precisa fazer
* O que o professor precisa saber
* Encaminhamentos do PC
b) Leitura do texto “Os caminhos para a formação de professores: Formar os professores é a principal função do coordenador pedagógico.”
c) Estudar as expectativas de aprendizagem em Língua Portuguesa proposto para os 4º e 5º anos.


Até o próximo encontro.

Márcia Corrales, Priscila Alquimim e Margarete Borsi
Equipe Ciclo I

Amadora Fraiz V. Della Beta
Supervisora do Ciclo I / Programa Ler e Escrever